Um policial federal foi baleado na manhã desta quarta-feira durante a operação Cisplatina II, que foi deflagrada pela PF de Santana do Livramento para combater um esquema de câmbio ilegal e evasão de divisas na fronteira com o Uruguai. O tiro entrou no tórax e saiu pelas costas. O agente foi socorrido pelos colegas e levado à Santa Casa, onde recebeu os cuidados médicos de emergência e não corre risco de morte.
Durante o cumprimento de sete mandados de busca e apreensão, o agente foi atingido por um disparo de arma de fogo de um morador do interior da residência. Logo após, o atirador se entregou e foi preso em flagrante, devendo agora responder por tentativa de homicídio.
A operação Cisplatina II investiga um núcleo de operadores financeiros especializado nas práticas de evasão de divisas, de câmbio ilegal e de lavagem de dinheiro. Somente no período entre 2018 e 2021, o grupo movimentou ao menos R$ 61 milhões. O grupo suspeito tem estreita vinculação com os investigados na primeira fase da operação, realizada em setembro de 2020.
Além dos mandados, a ação resultou no bloqueio de contas bancárias e apreensão de veículos no município. As ordens judiciais foram expedidas pela 7ª Vara Criminal da Justiça Federal em Porto Alegre.
O grupo criminoso investigado é radicado na fronteira de Santana do Livramento com Rivera, no Uruguai, sendo responsável por uma longa atividade no mercado financeiro paralelo. Após a ação da PF em setembro de 2020, uma parte dos operadores manteve-se atuante e absorveu inclusive o trabalho que era desenvolvido por quem havia sido preso.
A investigação demonstra que os investigados atuam no recebimento de valores e na posterior remessa ao exterior desde 2013. O mapeamento das atividades indica que o grupo recebeu aproximadamente 140 milhões de pessoas e empresas de todo o país, interessadas no envio desses valores ao Uruguai.
“A Polícia Federal mantém-se firme no combate a crimes contra o Sistema Financeiro Nacional cometidos na região da fronteira, em Santana do Livramento. O enfoque dado se deve ao grande volume de dinheiro que circula paralelamente na região da fronteira com o Uruguai. Atuando em face de operadores do mercado paralelo de câmbio, a Polícia Federal acaba atingindo o fluxo financeiro de grande parte dos crimes transnacionais cometidos por intermédio da fronteira.
O monitoramento econômico das atividades criminosas deixa evidente que, a cada operação que focaliza o mercado paralelo de câmbio, delitos como o tráfico de drogas e de armas, o contrabando e o descaminho são fortemente impactados financeiramente”, manifestou a PF em nota oficial.
Fonte: Polícia Federal