A Polícia Civil cumpre, desde a madrugada desta terça-feira (19), 1.368 ordens judiciais em 28 cidades de quatro estados contra uma organização criminosa especializada em lavagem de dinheiro. Até a última atualização desta reportagem, 35 pessoas haviam sido presas.
De acordo com a investigação, dinheiro obtido a partir do tráfico de entorpecentes, comércio ilegal de armas de fogo, de pedras preciosas, crimes patrimoniais (roubo, furto, extorsão e estelionato) e contra a fé pública (falsificação de documentos, falsidade ideológica e adulteração de sinal identificador de veículo automotor) era “maquiado” por meio de empresas mantidas por essa facção que tem base no Rio Grande do Sul.
O delegado Mario Souza, diretor da 2ª Delegacia de Polícia da Região Metropolitana, explica que a lavagem de dinheiro, obtido principalmente com o tráfico de drogas, é feita com a aquisição de imóveis e automóveis em Porto Alegre, na Região Metropolitana da Capital, além do Litoral do RS e de Santa Catarina. Empresas eram adquiridas para “legalizar” valores obtidos ilegalmente.
“O tráfico ilícito de entorpecentes é o principal gerador de lucros do grupo, o qual controla a entrada da maior parte de drogas no estado, seja por rota terrestre ou via aérea. A investigação comprovou que o grupo possuía pilotos de aeronaves que traziam diariamente dezenas de quilos de drogas do exterior”, diz o delegado.
273 mandados de busca e apreensão
66 mandados de prisão
14 casas prisionais são alvo de busca e apreensão
38 sequestros de imóveis
102 veículos com decretação de perdimento
190 contas bancárias bloqueadas
812 quebras de sigilo fiscal, bancário, tributário e bursátil
Rio Grande do Sul
Canoas
Sapucaia do Sul
Porto Alegre
Esteio
Eldorado do Sul
Nova Santa Rita
Guaíba
Gravataí
São Leopoldo
Novo Hamburgo
Alvorada
Sapiranga
Parobé
Campo Bom
Igrejinha
Três Coroas
Rio Grande
Caxias do Sul
Passo Fundo
Ijuí
Santa Cruz do Sul
Charqueadas
Arroio dos Ratos
Venâncio Aires
Montenegro
Lajeado
Vera Cruz
Candelária
Cruz Alta
Capão da Canoa
Imbé
Xangri-Lá
Frederico Westphalen
São Gabriel
Santa Catarina
Balneário Camboriú
Tubarão
Paraná
Maringá
Mato Grosso do Sul
Campo Grande
A organização criminosa começou a ser investigada no final de 2020. Na época, havia suspeita da prática do crime de lavagem de dinheiro na Região Metropolitana de Porto Alegre por uma organização criminosa que traficava drogas.
Como resultado da investigação, houve sequestro de cerca de R$ 10 milhões em bens móveis, imóveis e valores em contas bancárias do grupo que estava sediado no Vale dos Sinos. Cinco pessoas que seriam lideranças da facção foram indiciadas por envolvimento no esquema.
A Polícia Civil conseguiu mapear a organização e, ao longo de 2021, prendeu 102 pessoas suspeitas de envolvimento no esquema. Outras 207 já foram identificadas, todas com funções específicas no grupo.
Fonte: G1