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Quadrilha presa em megaoperação no RS fazia rifas de armas em presídio, diz polícia

Publicada em 26/04/22 às 10:46h - 64 visualizações

por RADIO COMUNITÁRIA LIBERDADE FM 87,9 MHZ


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 (Foto: RADIO COMUNITÁRIA LIBERDADE FM 87,9 MHZ)

A facção criminosa alvo de uma megaoperação policial no Rio Grande do Sul, na última terça-feira (19), é suspeita de realizar rifas de armas e dinheiro dentro de um presídio, de acordo com a investigação. No domingo (24), o Fantástico, da TV Globo, mostrou a rotina de ostentação dos investigados, que exibiam carros de luxo, mansões e até um avião utilizado para o transporte de drogas (veja abaixo).

O esquema de rifas era realizado na Penitenciária Estadual do Jacuí, em Charqueadas, a 60 km de Porto Alegre. Cada cupom era vendido a R$ 200, tendo itens como espingardas, revólveres, pistolas e munição como prêmios.

“A rifa era produzida e administrada de dentro da penitenciária. Os números eram vendidos apenas aos membros da organização criminosa”, explica o delegado Gabriel Borges.

 

A polícia apura se as armas eram utilizadas dentro da unidade prisional. Cada sorteio vendia de 100 a 200 números, sendo que ao menos quatro deles foram realizados.

A operação, que contou com o apoio de 1,3 mil agentes de forças de segurança, apreendeu mais de R$ 50 milhões em dinheiro e bens, além de prender 58 suspeitos em 38 cidades do RS e de mais três estados. O grupo seria especializado em lavagem de dinheiro e que possui conexões com traficantes da Bolívia e do Paraguai.

Números da operação

Ordens judiciais 1.366
Prisões 58
Quebras de sigilo Mais de 600
Mandados de busca e apreensão 273
Valor de bens apreendidos R$ 50 milhões
Contas bancárias congeladas 90
Veículos apreendidos 102
Imóveis sequestrados pela Justiça 38

Luxo

 

Alguns dos suspeitos de integrar a facção moravam em casas de alto padrão na Região Metropolitana de Porto Alegre. Um dos chefes da quadrilha, Maurício de Souza Konzen, aparece usando uma tornozeleira eletrônica enquanto estava na piscina de um imóvel em Novo Hamburgo. A Defensoria Pública diz que só vai se manifestar nos autos do processo e aguardar se o investigado será atendido pela instituição ou por um advogado particular.

Em outro imóvel, na Capital, foi encontrado um urso de pelúcia com mais de R$ 40 mil no interior do objeto. Uma das suspeitas, Larissa Pascoal da Silva, foi presa no apartamento. Ela costumava enviar vídeos dirigindo carros para o companheiro, Thiago Silva Cruz, outro chefe da facção, que já estava preso.

A defesa da suspeita diz que não teve acesso ao processo e que só vai se manifestar nos autos. Em relação a ele, a Defensoria Pública afirma que só vai se manifestar no processo.

A investigação sustenta que a facção usava até aviões para trazer drogas ao Rio Grande do Sul. Era comum que as aeronaves sobrevoassem locais públicos. Em uma troca de mensagens, um dos pilotos chega a combinar com Thiago um sobrevoo sobre a penitenciária em que estava.

“Manda a localização aí, que eu vou passar voando aí em cima daqui a pouco”, diz o áudio.

 

Esquema

 

A investigação sustenta que a quadrilha montava departamentos para cuidar das operações. O tráfico de cocaína, segundo a polícia, era a principal atividade do grupo. Além disso, os envolvidos comandariam um esquema de crimes patrimoniais, com roubos de veículos, imóveis e lavagem de dinheiro.

A facção já estaria em contato com traficantes da Bolívia, ligados ao cartel mexicano de Sinaloa. Os bolivianos usavam até submarinos para enviar drogas para o México e os Estados Unidos. O dinheiro da venda dos entorpecentes financiaria a compra de armas, que podiam ser usadas pela própria facção ou alugadas para assaltos e roubos.

Para disfarçar a origem do dinheiro obtido via tráfico e roubos, a facção investia em pedras preciosas, diz a polícia. Além disso, o grupo contava com um esquema de falsificação de documentos e de adulteração de carros roubados para vendê-los em concessionárias.

A Polícia Civil também afirma que organização utilizava bloqueadores de sinais para soltar integrantes em prisão provisória. O aparelho bloqueava o sinal de videochamadas utilizado pela Justiça, forçando o adiamento de audiências.


G1.RS




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