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Polícia realiza operação contra o narcotráfico no RS e outros nove estados; 10 suspeitos são presos

Publicada em 22/06/22 às 10:39h - 107 visualizações

por RADIO COMUNITÁRIA LIBERDADE FM 87,9 MHZ


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 (Foto: RADIO COMUNITÁRIA LIBERDADE FM 87,9 MHZ)

A Polícia Civil realiza nesta quarta-feira (22) a Operação Pegasus, que visa combater crimes de lavagem de dinheiro movimentado pelo tráfico de drogas no Rio Grande do Sul. São 58 investigados, sendo que 21 são alvos de mandados de prisão temporária ou preventiva. São cumpridos também 68 mandados de busca e apreensão. Pelo menos 10 pessoas foram presas, em Porto Alegre e Santa Vitória do Palmar, no RS, e em outros estados.

A ação tem o objetivo de reprimir organizações criminosas do narcotráfico gaúcho e seus associados distribuidores no Brasil. Por isso, além de cidades do RS (Porto Alegre, Canoas, Cachoeirinha, Alvorada, Eldorado do Sul, Santa Vitória do Palmar e Chuí), a operação tem desdobramentos também em Santa Catarina (Garopaba), Paraná (Matinhos e Palotina), São Paulo (Franco da Rocha e Francisco Morato), Goiás (Goiânia), Mato Grosso do Sul (Ponta Porã), Minas Gerais (Pouso Alegre), Bahia (Salvador), Rondônia (Porto Velho) e Amazonas (Humaitá).

Segundo o delegado Adriano Nonnenmacher, no decorrer da investigação foram solicitadas e cumpridas 502 medidas cautelares, como quebras de sigilos bancários, fiscais, financeiros, bursátil [relacionado ao mercado de capitais], telemáticos [relacionado às telecomunicações e informática], mandados de busca, prisões, indisponibilidade de bens móveis, imóveis e ativos financeiros e mobiliários na bolsa de valores e em criptomoedas.


 

Operação surgiu a partir de apreensões de fuzis na Capital

A investigação iniciou a partir de apreensões de fuzis e cocaína no bairro Cascata, em Porto Alegre, junto a facções regionais. Na apuração, que durou um ano, a polícia descobriu que duas facções, com lideranças na Zona Leste da Capital e na Região Metropolitana, estão associadas a uma grande facção paulista para a distribuição de cocaína e maconha em solo gaúcho, além de integrarem uma rede nacional de lavagem de dinheiro do narcotráfico interestadual e distribuição de lucros.
A investigação apontou ainda a existência de células interligadas nestes 10 estados e em outros sob investigação, todas ligadas a um polo de operadores financeiros de pessoas físicas e jurídicas em São Paulo, com indícios de ligação ao alto escalão.

De acordo com a Polícia Civil do RS, a organização criminosa investigada movimentou, em um ano, quase R$ 348 milhões. Além de indisponibilidade de ativos em moeda nacional e em dólares, foram identificadas negociações com criptomoedas.

A Delegacia de Repressão aos Crimes de Lavagem de Dinheiro do Departamento Estadual de Investigações do Narcotráfico (DRLD/Denarc) espera que as ações desta quarta recuperem valores próximos ao movimentado, ao serem bloqueadas 93 contas bancárias e ações na bolsa de valores e em 41 corretoras.

 

Esquemas diversos para lavar dinheiro

Foram analisadas mais de 101 mil transações bancárias ilícitas. Segundo a investigação, o modus operandi principal da quadrilha é uma lavagem de capitais sofisticada, usando o sistema financeiro nacional com centenas de transações bancárias diárias.

Entre os artifícios, a pulverização, o smurfing (fracionamento de uma grande quantia em pequenos valores), uso de cheques ao portador para saques em espécie, bancos digitais, financeiras, depósitos e saques em lotéricas, mescla de ativos em empresas reais, criação de transportadoras, criptoativos e câmbio de dólar e pagamentos a transportadores de drogas nas fronteiras.

A finalidade, conforme a Polícia Civil, é circular o dinheiro de forma dissimulada, para chegar aos destinos via sistema financeiro tradicional e criptomoedas. A intenção, segundo a investigação, é evitar perdas imobiliárias ou de veículos de luxo por ações policiais, orientando os criminosos a não ostentarem e chamar a atenção de autoridades. Ainda assim, estão sendo apreendidos 30 veículos e quatro imóveis, além dos valores apreendidos em espécie no decorrer da investigação, cerca de R$ 3 milhões.


 

Fonte: G1




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