O Ministério Público Federal (MPF) solicitou que a Justiça faça um bloqueio milionário nos bens de três empresas rés no processo que investiga o acidente aéreo da Chapecoense.
O valor de R$ 113,6 milhões seria destinado às famílias das vítimas.
As empresas citadas são: a companhia aérea LaMia, a Bisa Seguros e a resseguradora Tokio Marine.
A queda do avião com a delegação da Chape aconteceu em 29 de novembro de 2016, na Colômbia, e matou 71 pessoas, entre jogadores, comissão técnica, diretoria, jornalistas e convidados.
O MPF afirma que as provas apresentadas pelos familiares das vítimas são óbvias e que não há justificativa para o não pagamento das indenizações. Isso aconteceu após a Justiça rejeitar na última segunda-feira, 20 de junho, uma série de argumentos das empresas citadas acima.
Em resumo, elas não consideravam válidas as acusações feitas no Brasil por serem internacionais, com sede em outros países.
O pedido inicial é para Justiça bloquear R$ 113,600 milhões.
Caso isso não seja feito, a segunda solicitação é de uma quantia menor, cerca de R$ 63,7 milhões.
O valor faz relação ao "Fundo de Assistência Humanitária" organizado pela Tokio Marine.
A intenção do "fundo" era pagar para cada família US$ 225 mil (pouco mais de R$ 1 milhão).
Porém, quem aceitasse a quantia teria que desistir de todas as ações judiciais abertas no Brasil ou no exterior. Algumas concordaram com a exigência, mas a maior parte rejeitou e seguiu com os processos.
Se a Justiça bloquear o valor milionário solicitado pelo Ministério Público, todas as famílias serão beneficiadas, até aquelas que já receberam o "Fundo de Assistência Humanitária". O MPF afirma que o valor pago foi baixo tendo em vista a gravidade dos fatos.
A Justiça Federal intimou em 20 de junho as empresas LaMia, Bisa Seguros e Tokio para apresentarem provas da "inocência" no acidente.
O prazo é de 15 dias. A ação segue tramitando na 2ª Vara Federal de Chapecó, no Oeste de Santa Catarina.
O acidente
Em 29 de novembro de 2016, o avião que levava a delegação da Chapecoense para a partida de ida da final da Copa Sul-Americana, na Colômbia, caiu nas proximidades de Medellín e matou 71 pessoas.
Em 2018, a Aeronáutica Civil da Colômbia concluiu a investigação e confirmou que o combustível do avião era insuficiente para o voo entre Santa Cruz, na Bolívia, e a Colômbia.
O acidente ocorreu por esgotamento de combustível como consequência da falta de gestão de risco apropriada pela Lamia. Sem o combustível, os motores pararam de funcionar, e o avião planou até bater.
Fonte: Globoesporte