Pelas ruas do Centro de São Paulo, em locais como o vão livre do Masp, o consumo de uma nova droga tem se espalhado. Conhecida por vários nomes – K2, K4, K9, Spice e Space são alguns deles -, ela vem trazendo muito sofrimento para famílias e aumentado o número de jovens entregues ao vício.
A repórter Danielle Zampollo, por 20 dias, esteve no local para conversar com usuários que moram em barracas e questionou sobre a substância. Um dos jovens contou:
“K9 é uma droga sintética que lançaram aí. Droga nova, forte e perigosa. Começou com o K2, que era um papelzinho que entrava no presídio, aí depois saiu para fora. Hoje em dia está muita gente aí roubando, matando por causa disso. Faz menos de um ano que essa droga está rolando aí”.
Segundo o adolescente, que admitiu roubar para comprar droga e se manter, ele começou a usar o K9 porque não conseguia dormir. O entorpecimento seria um dos principais efeitos.
“É tipo um negocinho verde. É parecido com maconha, só que não é maconha. O K9 é igual a uma ervinha. Tem cheiro de erva e tudo. É muito forte. Você fuma, você já cai. Crack deixa alerta, igual cocaína. O K9 não. Eu não sei o que é que tem não, não sei que diabo tem nisso não. Sei que você fuma e você dorme”, relata.
Durante a entrevista, o pai de outro usuário apareceu procurando o filho. Ao contrário do jovem que vive nas ruas, esse tem casa, mas passa vários dias fora por conta do vício. Ele havia ido até Itaquera para comprar a substância com outros colegas.
“Quando ele vem para cá, ele fica dois, três dias. Sei lá o que tem na cabeça. Tem onde morar, tem tudo. Ele já está nessa desde pequenininho, mas era maconha. Aí depois foi para esse tal de Space aí; essa droga sintética aí ferrou tudo”, lamentou o pai, que não quis se identificar e deixou um recado para o filho: “Fala para ele ir embora hoje, sem falta. A mãe tá preocupada com ele, entendeu?”
Fonte: G1