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MP investiga esquema de venda de próteses ortopédicas vencidas para hospitais de oito cidades do RS

Publicada em 26/10/22 às 11:18h - 68 visualizações

por RADIO COMUNITÁRIA LIBERDADE FM 87,9 MHZ


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 (Foto: RADIO COMUNITÁRIA LIBERDADE FM 87,9 MHZ)
O Ministério Público (MP) do Rio Grande do Sul realiza, nesta quarta-feira (26), operação que mira um esquema de venda de próteses ortopédicas vencidas para hospitais do Estado. Mandados de busca e apreensão são cumpridos em nove endereços dos municípios de Alegrete, Alvorada, Porto Alegre, Guaíba e Cachoeirinha.

Fiscais da Secretaria Estadual da Saúde fiscalizam também, simultaneamente, 13 hospitais na Capital e em Canoas, Santa Maria, Alegrete, São Gabriel, Viamão, Campo Bom e São Jerônimo.

Além das próteses ortopédicas vencidas, são procurados maquinários, computadores, notebooks, tablets, celulares e arquivos de mídia, como HDs, HDs externos e pendrives, além de documentos e objetos relacionados aos fatos investigados. A Operação Titanium, como foi denominada, mira pelo menos sete pessoas e três empresas — que ainda não tiveram os nomes divulgados.

O caso é conduzido pela Promotoria de Justiça de Defesa do Consumidor de Porto Alegre e pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do MP. São investigados os crimes contra as relações de consumo e contra a saúde pública e, possivelmente, organização criminosa.

— As pessoas não ficam conferindo a verificação de um material numa cirurgia. Confiam no sistema. É lamentável que esse tipo de situação esteja ocorrendo — diz Alcindo Bastos, promotor de justiça responsável pela investigação.

A prótese é um membro artificial que substitui uma parte do corpo que está faltando ou que está doente e precisa ser retirada.

O MP obteve interceptações telefônicas e quebra de sigilo fiscal dos investigados. O Centro Estadual de Vigilância em Saúde recebeu e-mails com denúncias envolvendo as próteses e encaminhou as informações à Promotoria.

Uma das empresas investigadas, com sede em Porto Alegre, é de processamento de produtos para a saúde. E há duas distribuidoras de produtos para a saúde, uma em Alegrete e outra na Capital.


 

Investigação

Tudo começou com a descoberta de um rolo de etiquetas de esterilização encontrado junto a próteses ortopédicas que estavam na Santa Casa de Alegrete. Funcionários do próprio hospital que descobriram e denunciaram os selos — que seriam usados para cobrir os originais já com datas de validade vencidas.

O MP também classifica como grave o chamado “reprocessamento de produto para saúde” com indicação do fabricante de “proibido reprocessar”.

O termo “processamento” indica que o material foi submetido ao processo de esterilização (eliminação da carga microbiana – vírus, bactérias, fungos, protozoários, etc) uma única vez. Essa situação ocorre com as fabricantes, que precisam deixar os produtos estéreis, ou seja, livres de micro-organismos patogênicos antes de serem utilizados em pacientes.

Já o termo “reprocessamento” indica que o produto médico passou pelo processo de esterilização duas ou mais vezes, após entrar em contato com o paciente. Essa situação ocorre com os serviços de saúde que precisam esterilizar seus produtos médicos cada vez que forem utilizá-los em novos pacientes. Há materiais em que isso é permitido e outros que não, dependendo da orientação do fabricante.

Os investigadores descobriram, ainda, a existência de possíveis empresas de fachada e de laranjas como responsáveis. A partir dos materiais apreendidos e das interceptações e quebras de sigilos, o promotor Alcindo Bastos vai investigar quantos hospitais e pacientes podem ter recebido esse material.

— Vamos analisar o que foi apurado nos hospitais pelos fiscais da saúde e analisar os dados das mídias apreendidas para verificar a extensão da participação dos suspeitos — explica o promotor de justiça Alcindo Bastos.


Fonte: GZH




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